Sheikh Aminuddin Muhammad, aos 24 de Abril de 2013
Hoje o que nos é dado ver
à nossa volta, envergonha-nos de tal maneira, que somos levados a pensar se na
verdade somos a melhor das criaturas de Deus!
Será
que a nossa consciência ainda está viva e activa contra o mal e o crime? Será
que ainda nos causa alguma repugnação ouvirmos falar de vários tipos de crimes,
tão hediondos quanto vergonhosos, desde violações sexuais, raptos, assaltos, assassinatos,
etc., perpetrados à luz do dia, sem que os criminosos sintam qualquer medo ou
receio?
Será
que já reflectimos sobre a necessidade de instarmos as autoridades de direito a
reverem, isto é, a agravarem as medidas punitivas contra os criminosos, estancando
assim a onde de crime que assola a nossa sociedade, para que se possa viver
sossegada e tranquilamente?
Um
olhar às leis isslâmicas permite-nos constatar que o Isslam não só condena o
mal e o crime, como interdita igualmente tudo o que possa concorrer para o seu
cometimento, adoptando sem quaisquer excepções penas severas contra os
prevaricadores.
E
é lógico que só é possível reduzir substancialmente o crime, se os meios para o
seu cometimento forem também proibidos. Por exemplo, o Isslam não só proibiu o
adultério, como também proibiu tudo o que possa concorrer para o seu
cometimento, como o isolamento de duas pessoas estranhas de sexo diferente, o
beijo, o toque à mulher estranha, a falta de pudor na forma de vestir, etc.,
pois tudo isso são meios para a prática do adultério.
O
Isslam condena a prática de suborno, tanto da parte do corrompido como do
corruptor, e também do facilitador.
O
Isslam declarou obrigatória a protecção da vida, proibindo tudo o que possa
atentar contra ela, destruindo-a, como por exemplo, ingerir veneno, fumar,
matar, cometer suicídio, etc.
O
Isslam também declarou obrigatória a protecção da mente humana, proibindo tudo
o que possa atentar contra o intelecto, como por exemplo, o consumo de bebidas
alcoólicas, de drogas, a armazenagem, exposição e publicidade de substâncias
prejudiciais à saúde, etc.
O
Isslam honrou o Ser Humano, pelo que tudo o que possa manchar a honra da
pessoa, de seus pais ou de sua genealogia, foi proibido. E não só. Foram
decretadas pesadas penas para os que falsamente acusam alguém de adultério, não
conseguindo provar tal acto. Por exemplo, a falsa acusação de adultério é
punida com uma pena de 80 chicotadas.
O
Isslam deu protecção à riqueza das pessoas, pois tudo o que possa atentar
contra a salvaguarda dos bens de quem quer que seja, é pecado, sendo portanto,
punido nos termos da Shariah. Por exemplo, se alguém rouba, é punido com a
amputação da mão.
Mas
contrariamente, quando olhamos para as leis actuais de muitos países,
encontramos várias contradições. Por exemplo, a lei moçambicana diz ser
proibido conduzir em estado de embriaguez, ou ir trabalhar quando se está
bêbado, mas já não proíbe a venda de bebidas alcoólicas aliás, os bares e as
tascas até funcionam com licenças emitidas pelo governo.
A
nossa lei proíbe a ofensa ou o insulto a alguém, mas em nome da liberdade de
expressão, é permitido ofender os outros, até mesmo as religiões, os profetas,
etc.
A
nossa lei não permite provocar, raptar, ou violar sexualmente uma mulher, mas
já não proíbe que as mulheres se vistam de forma despudorada, razão principal
da atracção aos homens, levando-os portanto, a investirem contra elas,
violando-as.
A
nossa lei recomenda que todo o cidadão seja respeitoso, que tenha boa moral,
que seja bem comportado, mas por outro lado permite a proliferação de
literatura, filmes e novelas obscenas, que destroem a moral aliás, nas escolas,
em nome da educação sexual, ensina-se
aos nossos filhos que são nossos continuadores, temas simplesmente imorais, e
assim estão sendo arrastados para o abismo. Como podemos então, esperar que
eles sejam respeitosos e portadores de boa moral?
Tudo
isso são contradições claras, e o resultado é que estamos caminhando para uma
situação bastante perigosa, de anarquia, de falta de fraternidade, de segurança
e de confiança.
Quando
há alguns meses atrás uma jovem na Índia foi violada e depois morta por um
grupo de jovens, essa notícia correu mundo, merecendo condenação por parte de
muita gente. Vozes não muçulmanas no parlamento indiano sugeriram a aplicação
da Sharia contra o adultério, a violação e o estupro.
Portanto,
se quisermos pôr fim aos crimes, então temos também de proibir tudo o que possa
constituir causas da prática do crime, pois enquanto não proibirmos os meios do
crime não vamos conseguir estancar a criminalidade.
Agindo
no sentido de reduzirmos substancialmente a ocorrência de crimes, faremos do no
nosso País um local seguro, em que a vida, a riqueza e a honra de todos estará
protegida.